A morte do deputado Chicão Gorski revela a vida atribulada dos deputados no interior. O sonho dos homens públicos que começam suas vidas como vereador,vice-prefeito ou prefeito,muitas vezes é tornar-se deputado estadual. Começa então uma roda-viva onde as semanas têm sete dias,e os dias 24 horas,com agendas onde o temor de não comparecer a algum evento é alimentado pelo risco de “perder votos”. Assim é a rotina da maioria dos deputados estaduais que conheço nos ultimos trinta anos: a partir de quinta-feira à noite, pé na estrada. Alguns retornam na segunda. Outros na terça. E assim, competentes produtores rurais,médicos,advogados,empresários vão deixando para trás suas atividades, diante das cobranças que o mandato lhes impõe. Há ainda o sacrifício imposto às famílias,pelas prolongadas ausências. É muito comum que deputados bem sucedidos,no momento em que não conseguem a reeleição, dão-se conta de que a vida não lhes reservou uma aposentadoria digna,e o seu espaço profissional há anos abandonado,foi ocupado por outros profissionais, mais atualizados e atentos ao mercado. Em outros casos – raros, felizmente – o desfecho se dá em um acidente nas estradas.
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